segunda-feira, 25 de maio de 2009

Juninho ex-jogador da ACBF

O texto abaixo é do ex-jogador da ACBF, o pivô Juninho Gontijo (agora do Petrópolis), que escreveu para o blog de Atilio Dias que o Canarinho reproduz aqui por ser uma boa avaliação sobre o futsal atual

Bom dia Atílio,

Estava lendo seu blog, e vendo o que o Marcelo Rodrigues escreveu sobre profissionalismo… E pergunto: a atual estrutura do futsal, permite falar em profissionalismo? Na minha opinião, temos tudo para alavancar de forma extraordinária o nosso esporte, isso não acontece porque quem tem o dever de organizar/regulamentar, se omite, ou faz em benefício de uma minoria, explico:

1o Por que não fazer um calendário anual, onde por exemplo, se joga de fevereiro a novembro, com a liga nacional aos sábados e estaduais/regionais às quartas, realizando a Taça Brasil como última competição do ano em dezembro, podendo dar 30 dias de férias aos jogadores, como de direito, isso diminuiria o número de lesões, e iria beneficiar o trabalho a médio e longo prazo, sem aquela loucura que normalmente acontece durante o ano, pouco tempo de preparação, excesso de jogos, pouco intervalo entre as partidas;

2o Por que não se procura uma forma legal e homologada pelos representantes das classes envolvidas no futsal, que resguarde os direitos de todos (clubes, atletas, treinadores, preparadores físicos e supervisores)? Qdo se faz contratos que são resolvidos ”na palavra”, vale ressaltar que nem sempre essa ”palavra” é respeitada no calor da derrota e/ou na dispensa do jogador, gerando problemas para ambas a partes.
3o Fala-se muito em uma comissão de atletas, mas treinadores e preparadores físicos não fazem parte do futsal, e não merecem opinar a este respeito? Por que não existe uma comissão de treinadores nessa comissão que foi criada?

4o A Lei Pelé coloca que os atletas devem possuir seguros contra acidentes de trabalho, este seguro resguarda não só o jogador, mas também o clube, que em caso de lesões mais graves pode acionar tal seguro, e não ter de arcar com o ”ônus” de um atleta lesionado, suspendendo o contrato do atleta por este tempo de recuperação e acionando o seguro contra acidentes de trabalho, após a recuperação do atleta, ele é reintegrado ao grupo para cumprir seu contrato que estava suspenso.

5o Não é uma idéia, é um fato, talvez no princípio, algumas mudanças possam ”diminuir” o número de clubes na Liga, mas isso em um primeiro momento, com a regulamentação, vai existir somente uma seleção natural, e aqueles clubes que estiverem preparados para essa realidade, mais profissional e justa para ambos irão sobreviver, já aqueles projetos de meio ano irão desaparecer, para o bem do futsal.

6o Por que não é exigido por parte da liga uma espécie de caução, que garanta o investimento da temporada, qualquer problema com clubes que não paguem seus compromissos, a liga pode ser acionada e arcar com esse $, descontando claro de tal caução!! Quando vamos comprar alguma coisa, alugar, ou fazer negócios, não temos que apresentar avalista, fiador, etc?! Porque a liga não se garante e faz o mesmo?

7o Existe um dirigente amigo meu que diz que isso é utopia, muito bonito no papel, mas difícil de se fazer… Tudo bem, pode até ser, mas a partir do momento que alguém tentar fazer!!! Agora, não fazer, criticar quem quer, e pior ainda, tirar proveito da atual situação, aí não dá mesmo!!!!

Gostaria de lembrar que quando falamos em regulamentação, profissionalismo, legalidade, tudo isso vem de cima, nâo existe como lutar por isso sem que exista uma classe única e com REPRESENTATIVIDADE, aliado a isso, deve existir a vontade de quem dirige o esporte em mudar a filosofia, já atrasada talvez pela falta de mudança e concorrência na CBFS, afinal, quem se perpetua no poder ou é por omissão de quem se submete à entidade, até mesmo ignorância e falta de interesse dos filiados/atletas, ou ainda, e talvez o menos provável, a opressão/ditadura, pq sinceramente, desconheço fatos de qualquer dirigente que está a frente de uma entidade há tanto tempo, e faz tão pouco por um esporte tantas vezes campeão do mundo e referência em outros países. Talvez um sindicato/associação de atletas seja um caminho bastante interessante, a exemlo do basquete brasileiro recentemente, que criou a sua associação.

Essas são algumas idéias, certamente, no futsal existem outras pessoas com idéias semelhantes, se todos colaborarem, o crescimento vai ser de todos.

Fiquei de enviar a você a matéria sobre a resolução da cbfs, mas achei melhor ver até onde vai essa comissão de jogadores, se for realmente dada a importância que ela merece, já é um grande passo, a escolha do representante já foi um belo gol, afinal o Lenísio representa tudo aquilo que deve ser um atleta, craque na quadra e exemplo fora dela, boa sorte a ele!!

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