terça-feira, 2 de junho de 2009

Copa 2014: agora cabe à sociedade fiscalizar o uso do dinheiro público


A experiência dos Jogos Pan-Americanos serve para balizar os cuidados que a sociedade deve ter com a Copa do Mundo.

Comparado ao Mundial, o Pan do Rio é insignificante, minúsculo. Mas assusta: o orçamento explodiu, gastou-se dez vezes mais.

Infelizmente o caminho pode ser o mesmo. A Fifa é exigente, o padrão é muito alto e os critérios de escolha não foram totalmente técnicos.

Nada contra as cidades indicadas. Quem não quer a Copa na vizinhança? O problema está no que vai acontecer depois.

Até o final da competição vai ser uma festa. Mas quem vai pagar a conta? Como serão mantidos os estádios nas cidades onde não há futebol verdadeiramente profissional? Quem vai se interessar em investir onde o retorno do dinheiro é duvidoso?

A experiência do Pan mostra que o dinheiro público é a solução. E até poderia ser, desde que fosse investimento, financiamento, e não doação.

O futebol é uma importante atividade econômica do país, é uma indústria, movimenta vários setores, como a construção civil e o turismo, no caso do Mundial.

Os cuidados com o evento são necessários porque é o nosso dinheiro que está em jogo. Se a Copa for beneficiar o país, tudo bem. Agora, se for para ajeitar a vida dos corruptos, dos espertos... É bom ficar de olhos bem abertos.

Até lá, não faltarão pautas para quem se propuser a fazer jornalismo.
* Paulo Calçade - Jornalista há 25 anos, é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Eldorado ESPN. Pós-graduado em futebol, pela Escola de Educação Física e Esporte (USP), acredita que a ciência tem um papel importante no futebol atual.

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