quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Candidatura olímpica

O Brasil olímpico convive com extremos inacreditáveis.


De um lado, gasta exorbitantes R$ 43 milhões – até agora – na candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos de 2016.


De outro, acompanha o pífio desempenho de nossa delegação no Mundial de Atletismo.


O total da empreitada está orçado em R$ 80 milhões.


Com dinheiro público somos capazes de elaborar vistosos projetos, que colocam a candidatura brasileira na final da escolha da sede olímpica de 2016.


Porém, os mesmos promotores da “eficiente” proposta olímpica são incapazes de desenvolver um trabalho integrado para uma melhor aplicação do dinheiro público e, consequentemente, formar equipes mais competitivas e menos participativas em eventos internacionais.


O resultado dessa política esportiva às avessas, liderada pelo PC do B, partido sem tradição no setor, está no desmando da gestão do dinheiro que sai do orçamento da União.


Mesmo com fartura de jovens – 33 milhões em idade escolar – não temos seleções que nos levem à elite mundial do atletismo, da natação, do tênis, do ciclismo, do remo, enfim.


Somos um país cujos dirigentes esportivos exigem muito dinheiro, mas se satisfazem com um mínimo de pódios.


Uma medalha de ouro, de César Cielo (no recente Mundial de Natação), por exemplo, é motivo de festas intermináveis, como se fôssemos uma potência na modalidade.


Enfim, sobram pobreza, de um lado, e esperteza, de outro.


* José Cruz - cobre há mais de 20 anos os bastidores da política e economia do esporte, acompanhando a execução orçamentária do governo, a produção de leis e o uso de verbas estatais na área esportiva. Esteve nas Olimpíadas de Seul-1988 e Sydney-2000 e trabalhou no Correio Braziliense, onde foi subeditor de Esporte, e no Jornal de Brasília.

Nenhum comentário:

Postar um comentário