sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A fragilidade dos clubes diante do poder

Com o fim da Lei do Passe, rompeu-se uma relação que pendia para os interesses dos clubes.
A vida do jogador era decidida pela instituição.

Com a mudança na legislação, uma outra composição de forças passou a prevalecer nos negócios do futebol.

No cenário atual, dividem a mesa de negociação o clube, o jogador, o empresário e o “condomínio” que se formou para administrar os direitos sobre o profissional do futebol.

Com a janela de transferências arrombada em pleno Campeonato Brasileiro, os clubes se tornaram a parte mais frágil dessa relação, querendo ou não negociar o jogador.

Mantê-lo no Brasil diante de uma proposta de fora do país requer uma boa compensação financeira. O clube pode oferecer o dinheiro, mas nunca o sonho de jogar numa liga melhor.

Mudar o calendário é importante, mas não resolve.

Já passou da hora de um choque de gestão nos clubes brasileiros, animais domesticados diante do poder das federações e da CBF. Não questionam, apenas lamentam.

Perceba como os papéis estão invertidos. Diante da CBF, o clube se curva, diz amém e luta para não desaparecer.

Alguém já ouviu dizer que a CBF está em crise?

Importante: esqueça a Lei do Passe, é inconstitucional. O futebol precisa seguir um outro caminho, que também pode ser muito bom, desde que seja administrado por gente competente.

* Paulo Calçade - Jornalista há 25 anos, é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Eldorado ESPN. Pós-graduado em futebol, pela Escola de Educação Física e Esporte (USP)


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