*Lédio Carmona - jornalista esportivo há mais de 20 anos. Esteve nas cinco últimas Copas do Mundo. É comentarista do SporTV e colaborador da Revista Placar.
No ano presente, a campanha do Boca Juniors é de 12 vitórias, 8 empates e 15 derrotas.
Eliminado da Libertadores nas oitavas, da Sul-Americana no primeiro jogo e foi 14° no Clausura.
O River Plate venceu 10 vezes, empatou 8 e perdeu 14.
Nos dois torneios continentais que disputou ficou na 1ª fase e terminou o Clausura em 8°.
Na tabela de classificação para a próxima Libertadores, o River é o 9° colocado, ao passo que o Boca está ainda mais longe, em 13°, 12 pontos atrás do último time que se classificaria hoje.
Os números por si só refletem a agonia pela qual passam os hinchas xeneizes e millonários.
São incompatíveis com clubes acostumados a mandar na Argentina.
Porém, ver os dois dentro de campo está pior que as estatísticas.
Curiosamente, os problemas de ambos são tão graves quanto comuns entre eles.
O Boca sofre com contra-ataques por ter vendido Forlin e por seguir apostando em Pato Abbondanzieri.
O River nunca teve um goleiro definido, e sua zaga é falha
desde o Apertura 2008.
Tanto Boca quanto River confiam sua criatividade no meio-de-campo a dois veteranos inconstantes: Roman e Ortega.
Por conta disso, são tão instáveis quanto eles.
No ataque, os xeneizes levam vantagem por ter o ainda artilheiro Palermo, enquanto River sofre com Fabbiani.
Mas nem isso está rendendo uma grande vantagem recentemente.
Até os técnicos sofrem do mesmo mal. Alfio Basile e Nestor Gorosito não são os grandes responsáveis pela má fase.
No entanto, estão igualmente a um passo de entregarem o boné.
A curto prazo, é mais possível imaginar uma reação do Boca, pois o elenco deles tem jogadores mais qualificados.
Contudo, a lógica de longo prazo os coloca fora da Libertadores 2010.
Como a solução ideal para ambos, que é trabalhar consciente do pouco dinheiro, mas sem vender jogadores indispensáveis, não virá por agora.
Resta as duas maiores torcidas da Argentina que se contentem com o que tem agora, sem esperar muito por milagres.
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