quinta-feira, 30 de julho de 2009

Novo Ronaldinho ou novo Bruno?


Por Silvio Pilau - Final Sports
30/07/2009-01:27:45

Hoje, o assunto entre os gremistas vai ser o jogo contra o São Paulo e a necessidade de conquistar a primeira vitória fora de casa. Sei disso. Mas o Zanella e o Sandrin já escreveram sobre isso nos dois últimos dias e não vale a pena repetir. Então, pensando em outro assunto, dois me vieram à cabeça.

O primeiro foi a situação de Tcheco, mas optei por não falar sobre isso. Quem me acompanha por aqui ou me conhece sabe que não gosto nem nunca gostei de nosso "capitão". Não é segredo algum. Mas eu o atacava quando todos o idolatravam; bater agora que ele está caído é covardia. Assim, escolhi falar sobre a grande promessa do Olímpico, sobre o novo Ronaldinho, sobre o garoto visado por grandes clubes da Europa: Douglas Costa.

Já faz alguns anos que ouvimos falar de Douglas como um craque. Eu jamais havia visto seu rosto e tinha a certeza absoluta de que um fenômeno estava sendo formado nas categorias de base da Azenha. Pelas declarações, testemunhos e entrevistas, todos pareciam ficar de queixo caído com Douglas. Era apenas uma questão de tempo até ele subir aos profissionais e se tornar um dos jogadores mais talentosos já revelados pelo Grêmio.

Pois ele foi promovido no ano passado e teve suas primeiras chances com Celso Roth. Foi razoavelmente bem, mas não chegou a mostrar tudo aquilo que se esperava. Logo voltou ao banco e não teve mais oportunidades. Neste ano, entrou poucas vezes. Na maioria delas, com pouco tempo para mostrar algo. Nas outras, foi um fiasco. Além de demonstrar total imaturidade – cometendo faltas burras e tomando cartões desnecessários – nada apresentou de futebol. Lembro de lances nos quais Douglas baixou a cabeça e saiu com bola e tudo pela lateral.

Porém, acredito piamente que o garoto de ouro do Olímpico tem muito mais talento do que mostrou até agora. O fato é que, até agora, aos 18 anos, parece que ainda não está preparado para o mundo do futebol. Infelizmente, Douglas parece ter se deslumbrado com um sucesso que ainda não veio. A impressão que fica é a de que começou a se considerar gênio, que sonhou com os milhões da Europa e esqueceu de algo primordial: de jogar bola. Esqueceu que ainda não fez absolutamente nada para mostrar que pode ser o que pensa ser.

E isso é uma pena. Tudo bem que existe uma tendência em exagerar absurdamente os talentos das categorias de base (Neymar quem?), mas Douglas tem qualidade. É rápido, habilidoso, sabe bater na bola. Tem tudo para se tornar um jogador interessante. Mas, para isso, precisa de um bom acompanhamento físico, técnico e psicológico. Precisa de humildade. Precisa entender que não é nada no mundo do futebol e que ainda falta muito para se tornar um jogador de verdade. Precisa, acima de tudo, querer ser esse jogador.

Exemplos de promessas que sumiram por não saberem conduzir a carreira temos aos milhares. A cada dez Brunos, surge um Ronaldinho. Douglas precisa escolher, logo, qual dos dois prefere ser.

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